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Minha primeira postagem no blog e minha primeira história de parto: o dia em que me tornei mãe

  • Foto do escritor: Thays Christina Kasprzak
    Thays Christina Kasprzak
  • 27 de fev.
  • 7 min de leitura

Ano passado, quando minha filha Ava comemorou seu 10º aniversário, ela disse algo que me deixou sem fôlego: "Mãe, não estamos comemorando apenas o dia do meu aniversário, mais é também a data do aniversário do nosso primeiro encontro" Ela estava tão certa!


18 de janeiro de 2014 foi o dia em que tudo mudou para mim — o dia em que me tornei mãe. Não foi só o nascimento dela; foi o começo do meu renascimento."


A HISTÓRIA


Lembro claramente daquele momento: uma mistura de sentimentos expectativa, medo e empolgação quando percebi que meu bebê estava a caminho.


Aos 24 anos, eu me sentia pronta para ser mãe, um sentimento que eu tinha há muito tempo. Embora a maternidade em si não me assustasse. Eu tinha outros medos e inseguranças, de não suportar as demandas físicas e a dor de um parto natural. Naquela época, eu estava tão apegada às memórias que eu tinha de períodos pesados e dolorosos. Hoje quando olho para trás, eu me sinto orgulhosa e surpresa com tudo o que eu conquistei. Hoje se tivesse a oportunidade de voltar aquela menina jovem e diria "Você é sagrada e perfeita, e tudo o que está destinado a acontecer será."


Escolhi um medico obstetra com quem me senti confortável e durante nossas consultas pre-natais tentei intencionalmente criar um relacionamento com a base de confiança . Eu visitei o hospital para saber o que esperar da sala de parto, também tive algumas aulas de pré-natal comunitárias que foram oferecidas localmente no meu bairro. Cuidadosamente preparamos uma trilha sonora selecionada para trazer calma, equilíbrio, paz e alegria. Sinceramente senti que tinha feito tudo que estava dentro do meu alcance e me senti preparada para aquele grande momento.



Com 39 semanas e 6 dias de uma gestação normal, fui pela ultima vez na minha consulta de pre-natal de 40 semanas. Minha obstetra mencionou que eu estava com 3 centímetros de dilatação e 80% do meu colo do útero havia sido apagado (apagamento se refere ao afinamento do colo do útero em preparação para o parto). Ela explicou que antes do parto, nosso colo do útero parece firme como a ponta do seu nariz. Conforme o parto progride, ele amolece o colo do útero e se torna mais parecido com a textura dos seus lábios. Ela continuou explicando que esse estágio poderia durar vários dias e me perguntou como eu tinha me sentido recentemente. A verdade era que eu tinha passado as últimas 2 noites ansiosa e sentindo contrações que não correspondiam ao início de um parto. Sentindo segura com sua presença, aceitei sua sugestão de indução, pois ela estava de plantão naquela noite e também porque a ideia de ela estar presente para apoiar meu parto era reconfortante para mim.


No dia seguinte, fui para o hospital para uma indução. E eu vou te contar um segredo... naquela época eu não entendia que uma indução significava iniciar o trabalho de parto antes que ele começasse naturalmente. O objetivo de uma indução é estimular as contrações para iniciar o processo de trabalho de parto e há diferentes mecanismos para fazer isso. Ao chegar ao hospital, fui conectada a um monitor fetal para monitorar os batimentos cardíacos e as contrações de Ava, e recebi um gotejamento intravenoso de Pitocin (Ocitonica sintética). As máquinas apitavam constantemente ao fundo, captando o som reconfortante dos batimentos cardíacos de Ava. Lembro bem que foi um sentimento surreal ao pular suavemente em uma bola de Yoga e sentindo a adrenalina de passar por tudo isso e sabendo que eu estava prestes a conhecê-la pela primeira vez.


A ocitocina usada em induções é um hormônio sintético projetado para imitar a ocitocina, o hormônio natural que seu corpo cria durante o parto. Embora esta seja uma maneira eficaz de iniciar o parto, a ocitocina sintética leva a contrações mais fortes e intensas, criando um resultando ou experiência bem diferente para muitas mulheres. Embora que eu estava planejado evitar o uso de anestesia peridural ou outros medicamentos para dor, algumas horas depois do gotejamento de ocitocina, escolhi receber uma. Nossa! Nunca esquecerei a sensação de curvar minha espinha como se a agulha já tivesse sido perfurada - eu estava TÃO assustada naquele momento. O anestesista me orientou a relaxar minha espinha para que o procedimento pudesse prosseguir! Embora não fosse meu plano, eu não teria mudado essa parte da experiência de forma alguma, porque ela veio com lições infinitas que são o maior presente da vida. Recebia epidural com tempo suficiente para conseguir resistir às partes mais longas do parto e, quando estávamos prontas para empurrar, senti que tinha energia suficiente para participar e testemunhar tudo.




Não posso enfatizar isso o suficiente - não há nada, realmente nada que se compare à sensação de conhecer seu bebê pela primeira vez. Ava, meu anjo, ela era perfeita! A equipe médica rapidamente a colocou no meu peito, e ela calmamente levantou a cabeça para me cumprimentar com um sorriso. Com certeza não parece que foi há 11 anos agora.


AS CONSEQUÊNCIAS


Como mencionei antes, fiquei animada por ter minha obstetra de plantão naquele dia. O que eu não sabia, foi que, embora ela fosse a provedora responsável pelos meus cuidados, na verdade era uma enfermeira que cuidou de mim durante todo o tempo lá. Essa enfermeira que cuidou de mim foi tão gentil, profissional e realmente me fez sentir apoiada e tranquila. Ela tomou medidas para auxiliar o processo desse parto induzido e medicado aplicando técnicas de massagem perineal para auxiliar a pele a esticar com o mínimo de trauma possível ela me fez sentir apoiada, embora eu estivesse sob o efeito da epidural.


A realidade é que hoje sinto que abri mão do meu poder no momento em que aceitei uma indução sem entender o que isso significava.


Olhando para trás, agora percebo que a Pitocin reduziu minha capacidade de vivenciar completamente o parto natural, e potenciou outras intervenções para as quais eu não estava preparada. Minha bolsa de agua foi rompida como outra tentativa de estimular uma progressão mais rápida do parto. Mas em retrospectiva, se o parto não fosse induzido de forma forçada eu teria preferido que Ava ficasse na segurança do meu útero pelo tempo que ela precisasse. Afinal, se não houver riscos para a mãe ou para o bebê e ambos estiverem saudáveis, o saco amniótico é o lugar mais seguro para o bebê, pois funciona como uma bolsa protetora contra o ambiente desconhecido lá fora.


Não há realmente nenhuma razão para romper o saco amniótico (a bolsa d'água) para ajudar o trabalho de parto a progredir, a menos que haja uma verdadeira emergência. A bolsa de água tem um propósito importante — ela amortece e protege o bebê durante o trabalho de parto. Na verdade, muitos bebês nascem com sua bolsa de água intacta, um fenômeno chamado de "nascer en caul". É um lindo lembrete de que, às vezes, permitir que as coisas aconteçam naturalmente é a melhor abordagem.


Ava nasceu exatamente à meia-noite e dois minutos (12h02 AM) — apenas dois minutos depois do plantão do meu obstetra acabar. Até hoje, ainda tenho dificuldade para entender por que ela realizou uma episiotomia sem pedir permissão ou explicar a necessidade.


A episiotomia é um corte cirúrgico feito no períneo (a área entre a vagina e o ânus) durante o parto para ampliar a abertura vaginal e facilitar o nascimento do bebê. Normalmente, é realizada apenas quando clinicamente necessária para evitar lacerações graves ou outras complicações.


Infelizmente, no meu caso, pareceu desnecessária e, olhando para trás, sinto que foi feita mais por conveniência, devido ao fim do plantão, do que por uma real necessidade médica




A jornada do pós-parto e o processo de cicatrização da episiotomia me fizeram sentir isolada e foram extremamente dolorosos, tanto física quanto emocionalmente. No entanto, essa experiência me ensinou o poder do conhecimento e da autoafirmação. Foi o início da minha jornada em direção à saúde e ao bem-estar – um caminho que transformou não apenas a maneira como vejo o parto, mas também a forma como vivo minha vida


Me sinto imensamente grata pela graça de Deus por ter vivido essa experiência na Califórnia e por ter aproveitado ao máximo o clima maravilhoso e o ecossistema que San Diego tem a oferecer. Sempre que possível, busquei refúgio na natureza, o que me trouxe equilíbrio e auxiliou na minha recuperação.





REFLEXÃO


Escolhi compartilhar a história do parto de Ava como meu primeiro post no blog porque ela ocupa um lugar muito especial no meu coração. Ava tem sido uma das minhas maiores apoiadoras enquanto embarco na jornada para me tornar doula. Ela até me perguntou se um dia eu estaria lá para apoiá-la em suas próprias jornadas de parto — um pensamento profundamente tocante e inspirador que me enche de imensa gratidão.


Compartilhar essa história durante o mês do aniversário dela torna tudo ainda mais significativo. É um momento que sempre me lembra o quão longe chegamos juntos — um período de reflexão, inspiração e gratidão. Não apenas pelo dia em que me tornei sua mãe, mas também pelo crescimento que vivenciamos lado a lado


Obrigado por reservar um tempo para ler nossa história. Compartilhar essa jornada com você significa muito para mim, e espero que isso traga um pouco de inspiração para o seu dia.


Por último, mas não menos importante – se você se sente inspirada pelo quanto podemos aprender com nossa primeira gravidez e deseja uma jornada repleta de intenção, amor e orientação, vamos nos conectar! Agende sua consulta gratuita hoje para conversarmos sobre suas necessidades e como posso apoiá-la.


Se nossa história trouxe à tona suas próprias experiências, eu adoraria ouvir você! Sinta-se à vontade para me enviar uma mensagem ou se conectar comigo nas redes sociais. Compartilhe esta publicação com alguém que possa precisar de um pouco de encorajamento ou conexão. Vamos manter essa conversa viva e nos apoiar mutuamente nessa jornada linda, desafiadora e transformadora da vida.


Com amor e gratidão,

Thays






 
 
 

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